26 de maio de 2014

Quase um espirro. Desses que pressionam a cabeça e machucam o nariz...

Cazuza quer um amor inventado, Clarice quer uma verdade inventada. Eu as vezes misturo as duas coisas, num mundo inteiramente meu, e  me pego pensando em quão doce se torna o amargo quando criamos um jogo interno onde movemos as peças conforme nossa própria vontade. Quando brincamos de sermos nosso próprio deus.
Ninguém tem acesso às suas loucuras pessoais, contos de fadas (ou bruxas) roteirizados sem nenhuma lógica ou bom senso dentro das nossas próprias cabeças. A chave é minha e eu decido se quero trazer tudo ao plano real, ou não.
Há vezes em que a ficção se torna tão fantástica que coloca-la em prática seria chocar meu mundo. Talvez, nem eu mesma esteja preparada pra tanto.  E se eu não estou, que dirá vocês. 
Dispenso as opiniões racionais de cabeças alheias que tentam me mostrar o quão irreal é viver em tanta confusão. Para isso tenho meu próprio cérebro, que mesmo sem eu pedir me lembra todos os dias de cada consequência e futuro erro. 
Eu faço de mim o que bem entendo, e que mal há em querer sair do normal? Quebrar regras universais, pisar em concepções sociais? Não vou te prejudicar.

Me sentir diferente e deslocada deve fazer parte de quem nasce meio esquisito. Meio tudo, meio nada. Meio homem, meio mulher. Meio adulto, meio criança. Meio inteiro, meio em pedaços. Meio qualquer coisa.